Senador Omar Aziz exclui do arcabouço fiscal gastos com ciência e tecnologia

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As despesas com ciência, tecnologia e inovação foram retiradas dos limites impostos aos gastos do governo federal pelo projeto do novo arcabouço fiscal.

O relator da matéria no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), acolheu emenda apresentada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL).

O relatório do Omar Aziz foi apresentado nesta terça-feira (20) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Além da mudança em relação às despesas com ciência e tecnologia, o relatório de Omar Aziz também retirou o Fundeb e o Fundo Constitucional do Distrito Federal do arcabouço fiscal. (Crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado )
O relator argumentou que a área de ciência, tecnologia e inovação “precisa ser protegida, uma vez que contempla ações necessárias ao desenvolvimento econômico e social do país, e representa as pretensões de uma sociedade que olha para o futuro e deseja garantir crescimento e progresso para as futuras gerações”.  Ao pedir a exclusão das despesas com ciência, tecnologia e inovação dos limites impostos pelo novo teto de gastos, o senador Renan argumentou que a medida impediria que o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei nº 13.243/2016) “cumpra os seus objetivos de maneira célere e a contento, visto que o espaço fiscal destinado a essas despesas será ditado exclusivamente pelo ritmo de expansão do teto e de crescimento das despesas obrigatórias, e não pelas reais necessidades do país em ciência e tecnologia”.   
 
Se aprovado na CAE, o texto segue para o plenário do Senado. Como o texto do relator Omar Aziz tem mudanças em relação ao que foi aprovado na Câmara dos Deputados, o tema deve voltar para nova análise dos deputados caso sejam aprovadas as mudanças propostas pelo senador amazonense.
 

Além da mudança em relação às despesas com ciência e tecnologia, o relatório de Omar Aziz também retirou o Fundeb e o Fundo Constitucional do Distrito Federal do arcabouço fiscal.

Manutenção dos gatilhos

O relator Omar Aziz manteve no texto os gatilhos de limitação de despesas impostos pela Câmara dos Deputados. O projeto aprovado pelos deputados prevê que, no caso de descumprimento das metas, haverá bloqueio de despesas discricionárias e suspensão de criação de novos cargos públicos. Caso o descumprimento ocorra pelo segundo ano consecutivo, proíbe-se o aumento de salários no funcionalismo público, admissão ou contratação de pessoal e realização de concurso público (nos últimos dois pontos, a exceção é para reposição de cargos vagos).

Omar Aziz também manteve no novo teto de gastos as despesas com o piso nacional da enfermagem. A medida foi incluída na Câmara dos Deputados e é criticada pelos trabalhadores da categoria.

Arcabouço fiscal

O arcabouço fiscal é um conjunto de medidas, regras e parâmetros para a condução da política fiscal – controle dos gastos e receitas do país.

A nova regra fiscal deve substituir o teto de gastos que vigora desde 2016 e limita o crescimento das despesas ao ano anterior, corrigido pela inflação oficial (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA).

Agência Brasil de Notícias 21/06/2023


O arcabouço fiscal no Senado será votado pela Comissão de Assuntos Econômicas (CAE) na manhã desta quarta-feira. O relatório do senador Omar Aziz (PSD-AM) foi apresentado nesta terça-feira, com a retirada do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o Fundo Constitucional do Distrito Federal dos limites fiscais. Um pedido de vistas do senador Rogério Marinho (PL-RN) adiou a votação.

Após aprovação da CAE, o texto irá ao plenário do Senado. Em seguida, com as modificações, o novo marco fiscal voltará para análise final da Câmara dos Deputados. Ontem, o presidente da Casa, Arthur Lira, disse que a votação na Casa foi adiada para a primeira semana julho, frustrando os planos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de uma votação rápida na Câmara.

Aziz ainda acatou uma emenda do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e deixou de fora da meta fiscal despesas com ciência, tecnologia e inovação. A exclusão de gastos foi uma surpresa, não foi negociada com a Câmara dos Deputados e nem com o governo federal. Na visão de aliados de Lira, essa mudança deve cair na Casa.

Aziz vinha negociando com o relator do arcabouço na Câmara dos Deputados, Cláudio Cajado (PP-BA), e o presidente Arthur Lira as alterações na proposta. Na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justamente pregou por um “entrosamento prévio” entre Câmara e Senado nas mudanças do arcabouço para evitar “surpresas”.

Cajado havia sinalizado que a Câmara concordaria apenas com a retirada do Fundeb e do Fundo do DF. Mas Aziz confirmou que a retirada das despesas com ciência dos limites não foi tratada nos encontros com Cajado e Lira.

— Não (foi acordado). Impacto não tem. Não é essa Coca-Cola toda. Eu não vejo ciência e tecnologia longe da educação — disse Aziz.

Para técnicos que lidam diretamente com o orçamento, o problema maior dessa mudança é a falta de critérios sobre o que seria despesas com ciência, tecnologia e inovação. No limite, seria fácil classificar despesas dentro dessas rubricas.

Inflação

Não houve mudança no cálculo de inflação. A alteração no intervalo de referência do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) era um pedido no Ministério do Planejamento, chefiado por Simone Tebet. O substitutivo do deputado Cláudio Cajado trouxe uma referência de inflação que vai de junho de 2022 a junho de 2023. Tebet queria uma apuração do IPCA entre dezembro do ano anterior a novembro do ano corrente em que a LOA está sendo elaborada. A modificação daria uma folga orçamentária de até R$ 40 bilhões de reais ao governo.

— Inflação eu vou manter como veio da Câmara. Nisso há divergência e é importante sermos o mais rápido possível para não protelarmos — disse Aziz.

Outras alterações

Omar Aziz ainda acatou emendas que não modificaram o mérito do projeto, como a criação um “Comitê de Modernização Fiscal”, de caráter não deliberativo e integrado pelos dirigentes máximos do Ministério da Fazenda, do Ministério do Planejamento e Orçamento e do Tribunal de Contas da União.

Outra emenda ainda incluiu entre o conjunto de medidas de ajuste fiscal a possibilidade do governo alienar ativos e a privatização da empresas estatais para aumentar a receita.

Crédito:  Victoria Abel e Manoel Ventura / O Estado de São Paulo – @ disponível na internet 21/06/2023

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