Atos de 8 de janeiro são condenados por 89% dos brasileiros. “Vergonha nacional”: Geraldo Alckmin

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Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS

Atos golpistas de 8 de janeiro são reprovados por 89%

Um ano após ataques às sedes dos três Poderes em Brasília, ampla maioria da população condena atentados à democracia, enquanto 6% os aprovam. Nos EUA, invasão do Capitólio teve quase três vezes mais apoio.

Um ano após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando grupos de bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes em Brasília, uma pesquisa revela que 89% dos brasileiros condenam as ações ocorridas dias após o início do terceiro mandado de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República. 

Segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada neste domingo (07/01), 6% dos entrevistados aprovam os ataques contra as instituições, enquanto 4% não souberam ou não quiseram responder.

O levantamento mostra que 47% dos brasileiros acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve alguma influência nos atos golpistas; já 43% discordam e 10% não responderam.

Para 51% dos entrevistados, os indivíduos que tomaram parte nos distúrbios são pessoas radicais que não representam os eleitores de Bolsonaro.

No entanto, 37%, avaliam que eles de fato são representantes do eleitorado bolsonarista. Outros 13% não souberam ou não quiseram responder.

Entre os eleitores de Bolsonaro, a reprovação aos atos golpistas é de 85%, com 11% de aprovação.

Já os que votaram em Lula no segundo turno somam 94% de reprovação e 4% de aprovação.

Na avaliação por região, o maior índice de reprovação aos atos golpistas for registrado no Nordeste (91%), seguido do Centro-Oeste e Norte (90%), Sudeste (89%) e Sul (87%).

Na análise pelo nível de escolaridade dos entrevistados, 88% das pessoas que cursaram até o ensino fundamental desaprovam os atos, assim como 90% dos possuem ensino médio completo ou incompleto e 91% dos que possuem ensino superior completo ou incompleto.

Na avaliações por renda e faixa etária, a reprovação aos atos golpistas também ficou em torno dos 90%.

O levantamento foi realizado entre os dias 14 e 18 de dezembro, com 2.012 entrevistas presenciais com pessoas com mais de 16 anos em todos os estados do país. A margem de erro é de 2.2 pontos percentuais.

Nos EUA, invasão do Capitólio tem maior apoio

Dois anos antes dos ataques às instituições em Brasília, os Estados Unidos viveram um momento parecido no episódio que culminou na invasão do Capitólio, a sede do Congresso americano em Washington.

Apoiadores do ex-presidente Donald Trump, insatisfeitos com a derrota do republicano para Joe Biden nas eleições presidenciais, invadiram o edifício histórico durante a sessão que confirmaria a vitória do democrata. Os parlamentares tiveram de fugir às pressas para um local seguro dentro do prédio.

Depois de um ano dos atos golpistas em Brasília, a rejeição no Brasil aos ataques, mesmo com uma leve diminuição em relação à pesquisa anterior, é mais alta do que a dos americanos no momento em que eram passados 12 meses da invasão do Capitólio.

Segundo levantamentos realizados pela YouGov nos EUA, a aprovação à insurreição americana em 6 de janeiro de 2021 aumentou de 9% para 14% um ano após o ocorrido, sendo que em uma pesquisa realizada em dezembro, esse índice era de 19%.

Crédito: Deutsche Welle – @ disponível na internet 08/01/2024


‘Vergonha nacional’: Geraldo Alckmin relembra 8 de Janeiro e ressalta papel de instituições para preservar a democracia’Vergonha nacional’: Geraldo Alckmin relembra 8 de Janeiro e ressalta papel de instituições para preservar a democracia

Onde o senhor estava no dia 8 de janeiro?

Eu estava na missa. No dia 8 de janeiro, à tarde, foi a posse do bispo de São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo. Recebi um bilhete do Capitão (Pedro) Lamoso (assessor da Vice-Presidência) dizendo: “Olha, está tendo um problema grave em Brasília, invasão de prédios públicos”. Achei que era um pouco exagero da segurança e terminei a missa. Quando saí é que eu fui verificar as notícias e a gravidade. Voltei ainda naquela noite para Brasília.

Quando cheguei em Brasília, já era mais tarde. Fui para o hotel, porque era uma semana depois da posse, então estava hospedado lá ainda. No outro dia de manhã é que fomos ver os problemas. E é impressionante, no Supremo Tribunal Federal foi coisa gravíssima. O 8 de Janeiro foi uma vergonha nacional.

Ele me ligou. O presidente estava em Araraquara (SP). Eu falei que ia voltar para Brasília. Estivemos juntos no outro dia (9 de janeiro). Foi um momento importante, porque todos os Poderes se uniram. Todo o Executivo, a Suprema Corte, o Legislativo, com os presidentes da Câmara e do Senado, e depois vieram também os governadores, as entidades de prefeitos. A resposta foi rápida e muito firme na defesa da democracia.

Qual foi a reação dele?

Ele, como todos nós, estava horrorizado com o que tinha ocorrido. Havia muita manifestação, mas não se imaginava chegar ao ponto onde chegou. Tenho colocado que o presidente Lula salvou a democracia brasileira, porque se eles perdendo a eleição fizeram isso, imagine se tivessem ganhado. Patriota é quem defende a democracia e instituições independentes. O contrário disso é golpista. E golpe é crime contra a pátria e a democracia. É preciso investigar quem, inclusive, financiou esses atos, propagou fake news, estimulou a mentira, o descrédito da urna eletrônica e das instituições da República. Mas eu diria que mudou a página. Percebe-se nitidamente que muita gente que estava ali, meio desinformada, viu a gravidade do que ocorreu e como foram induzidas a cometer atos criminosos. Mas eu entendo que a democracia brasileira mais uma vez se fortaleceu.

Não ficou nada que não tivesse sido virado de ponta cabeça. Foi um ato de uma violência, de uma covardia impressionante. É um episódio que tem que ficar registrado na História para nunca mais se repetir. Muito ódio estimulado. A democracia tem que ter conflito. É normal. Na democracia, quem ganha governa e trate de governar bem. Quem perde fiscaliza. E trate de fiscalizar bem. No mundo inteiro tem governo e oposição. Mas não precisa matar o outro por causa disso. Não tem sentido, em razão do debate político, desacreditar as instituições, o processo eleitoral, a democracia e fazer fake news. Quem não quiser disputar eleição, não dispute. Não é possível o presidente que se elegeu várias vezes deputado pela urna eletrônica, elegeu um filho senador com a urna eletrônica, se elegeu presidente da República com a urna eletrônica, elegeu outro filho deputado federal com a urna eletrônica, outro filho vereador com a urna eletrônica, a hora que perde, a urna é falsa.

Crédito: Jeniffer Gularte / EXTRA – @ disponível na internet 08/01/2023

2 Comentários

  1. SÉRIO? COMO É QUE UM VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO SE PRESTA A DAR UMA INFORMAÇÃO TÃO NOJENTA E MENTIROSA DESTA, ONDE FOI ARRANJADO ESSE PERCENTUAL DE PESSOAS? SERIA POR VENTURA EM OUTROS PAÍSES…POR FAVOR HEIN, QUERENDO A QUALQUER CUSTO CHAMAR O POVO DE IDIOTAS….VOCÊS SÃO UM BANDO DE MAU CARÁTER.

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